Empresas de transporte devem repassar aumento do diesel para o frete
CNT alerta para riscos da elevação dos custos operacionais das empresas do setor
O aumento do preço dos combustíveis nas refinarias, anunciado pela Petrobrás nessa terça-feira (29), impactará nos preços dos serviços de transporte. A elevação de 4% para o diesel e de 6% para a gasolina passou a valer nesta quarta (30). E os efeitos do reajuste devem chegar aos serviços de transporte, já que o diesel é o principal insumo do setor.
A NTC&Logística (Associação Nacional de Transportes de Cargas e Logística) estima que a alta impactará em até 1,4% nos custos operacionais das empresas. “Nós recomendamos aos associados que repassem o valor para o frete. E como é um aumento imediato, não tem muito o que esperar, porque, senão, vai ter aumento de prejuízo”, diz o diretor-técnico da entidade, Neuto Gonçalves. Segundo ele, o frete já está com uma defasagem média de 11%.
O setor de transporte vê com preocupação mais um aumento. Desde o início do ano, o diesel já encareceu 7,4% - mais que a inflação no período, que foi de 6,8%. Isso representa um aumento médio de R$ 0,19 o litro. A alta foi ocasionada, principalmente, pelos impostos PIS/Cofins e Cide, que tiveram o reajuste anunciado pelo governo federal em janeiro.
“Isso traz ainda mais dificuldade para o setor”, diz o diretor-executivo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Bruno Batista. Segundo ele, o enfraquecimento da atividade econômica já tem causado queda na demanda pelo serviço de transporte. “Então, os transportadores passam a viver uma realidade de mais ociosidade, devido à menor busca por seus serviços. No momento em que os insumos sobem de custo, é o pior dos cenários possíveis”, explica Bruno Batista.
Em 12 meses, as empresas do setor transportador acumularam perda de 6% nas receitas líquidas. Apesar disso, até agora, o nível de emprego tem sido mantido. No entanto, as repercussões de novos acréscimos nas despesas podem ter efeitos ainda mais negativos. De acordo com o diretor-executivo da CNT, “isso é insustentável ao longo do tempo. Com a economia sem uma reação, há diminuição na demanda, o que ocasiona uma situação mais complicada. Tende-se a ter elevação do nível de demissão e os autônomos ficarem ociosos por mais tempo”.
E como 60% da produção brasileira é transportada por caminhões, o encarecimento do frete tende a significar, também, aumento do preço final dos itens em supermercados e lojas. “É uma cadeia de repasses. A parcela final deve chegar aos produtos e o consumidor terá que arcar com essa conta”, complementa Bruno Batista.
Com informação da Assessoria de Imprensa
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